Opa e aí, corujas politizadas de meudeuzo?
Por incrível que pareça: uma candidata vinda do Acre (que muita gente duvidava até que existia… rs), evangélica da Assembleia de Deus, feinha e de voz irritante foi simplesmente a maior surpresa dessas eleições. Marina Silva @silva_marina , do Partido Verde, não conseguiu ir ao segundo turno, que acabou se decidindo entre José Pedágio Serra e Dilma Houssein Roussef, mas marcou presença nas eleições. Com pouco mais de 1 minuto na TV, nenhuma coligação nacional e um vice desconhecido, Marina conseguiu mais de 20 milhões de votos, além do apoio de gente descolada, formadora de opinião, jovens (e em grande parte os adolescentes que votaram pela primeira vez), artistas, ou os “bacaninhas”, como o PT costuma se referir, em tom de deboche. Sem precisar mudar sua aparência física, com o mesmo penteado, sem nenhuma plástica nem transformações de marketing pessoal, Marina conseguiu virar “pop”.
Por que Marina Silva conseguiu tudo isso? Principalmente pela campanha diferenciada. Enquanto os outros dois candidatos se mordiam em brigas intermináveis, Marina apresentou um projeto inteligente, cabeça aberta, baseado na tal sustentabilidade que se vem defendendo em todo o mundo. Marina foi a única que teve coragem de colocar em pauta temas polêmicos como aborto e união gay. Logo ela, uma evangélica. E outro ponto positivo foi exatamente o fato de Marina saber separar muito bem a política da religião, saber que não pode usar sua fé para pensar nas soluções do Brasil. Tanto que Marina não teve o apoio dos evangélicos, mas foi apoiada por grupos ateus.
No comecinho da campanha, Marina prometeu apenas resgatar o sonho e a paixão pela política. E conseguiu. Trouxe para si uma multidão de pessoas totalmente alheias à política e gerou a Onda Verde que tomou conta do Brasil. Foi a que mais conseguiu usar a internet a seu favor. Mobilizou blogueiros, twitteiros que a colocaram por diversas vezes nos TT. Marina conseguiu resgatar nos jovens a paixão pela militância política. Não a militância da época da ditadura, em que as pessoas saíam nas ruas gritando, mas uma militância silenciosa, que, através da internet, espalhou as ideias verdes pelo Brasil. Gente que tom ou gosto pela política por ver que, pela primeira vez, alguém falava a nossa língua.
Marina não venceu nem foi para o segundo turno, mas se pensarmos que, com apenas 1 minuto de propaganda na TV ea conseguiu ficar em primeiro lugar no DF, e segundo em Salvador, BH, Floripa e outras cidades, dá pra ver o impacto que a Onda Verde causou no país todo e no mundo, já que Marina foi destaque em TODOS os grandes jornais do mundo, como Le Monde, El País, The New York Times, Spiegel e outros.
E o melhor é saber que, mesmo fora da disputa, as ideias, a paixão de Marina continuará viva. A onda verde vai continuar, porque continuamos querendo um outro jeito de pensar a política. Foi bom saber nessas eleições que tem candidato que não precisa dar dinheiro nem comida para ganhar votos. Foi bom saber que ainda existe um tiquinho de esperança. Pouco, mas existe.
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